Audiência de Custódia Entenda Como Funciona e Qual Seu Impacto na Liberdade do Preso

Audiência de Custódia

Audiência de Custódia: Entenda Como Funciona e Qual Seu Impacto na Liberdade do Preso

Introdução

A audiência de custódia é um instrumento essencial de proteção dos direitos fundamentais da pessoa presa, garantindo que ela seja apresentada pessoalmente a um juiz no prazo de até 24 horas após a prisão. Nesse momento, são analisadas a legalidade da prisão, indícios de maus-tratos e a possibilidade de soltura imediata ou aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

No contexto do Direito Penal e Processual Penal, entender como funciona essa audiência e qual o papel do advogado criminalista em Brasília DF é fundamental para proteger a liberdade do indivíduo e evitar prisões arbitrárias ou abusivas.


1. O Que é a Audiência de Custódia?

Criada por meio da Resolução nº 213/2015 do CNJ e posteriormente reforçada pelo Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), a audiência de custódia é o ato judicial em que o preso em flagrante ou em cumprimento de mandado é apresentado diretamente a um juiz, acompanhado por um advogado ou defensor público, e com a presença do Ministério Público.

É nesse momento que o juiz decide se:

  • Relaxa a prisão por ilegalidade;

  • Concede a liberdade provisória com ou sem fiança;

  • Determina a prisão preventiva;

  • Aplica medidas cautelares diversas da prisão.


2. Como Funciona a Audiência de Custódia? (Passo a Passo)

Etapa 1: Prisão e Encaminhamento

Assim que uma pessoa é presa, a autoridade policial lavra o Auto de Prisão em Flagrante (APF) e comunica imediatamente:

  • O juiz competente;

  • O Ministério Público;

  • A Defensoria Pública ou o advogado constituído.

O prazo legal para apresentação é de até 24 horas, contadas da efetiva restrição de liberdade.


Etapa 2: Exame de Corpo de Delito

Antes da audiência, o preso passa por exame médico para verificação de eventuais agressões físicas — medida essencial para apurar se houve tortura ou maus-tratos durante a prisão.


Etapa 3: Entrevista com o Advogado

O advogado criminalista tem direito à entrevista reservada com o cliente antes da audiência, para colher informações importantes sobre:

  • A forma como a prisão ocorreu;

  • Se houve violência, abuso de autoridade ou coação;

  • Condições pessoais, profissionais e familiares do preso.


Etapa 4: Realização da Audiência

A audiência ocorre presencialmente ou por videoconferência e conta com:

  • O juiz;

  • O membro do Ministério Público;

  • O advogado ou defensor público;

  • O preso, que presta depoimento sobre a prisão.

O juiz avalia:

  • A legalidade da prisão (se houve flagrante legal ou abusos);

  • A necessidade da manutenção da prisão ou viabilidade de soltura imediata;

  • A proporcionalidade e adequação de outras medidas, como:

    • Proibição de contato com vítimas/testemunhas;

    • Comparecimento periódico em juízo;

    • Uso de tornozeleira eletrônica;

    • Prisão domiciliar.


3. Quando Ocorre a Soltura Imediata?

A liberdade provisória com ou sem medidas cautelares pode ser concedida de forma imediata nos seguintes casos:

a) Flagrante Ilegal

Quando o juiz constata que a prisão foi:

  • Efetuada fora das hipóteses legais;

  • Sem justa causa;

  • Com violação de direitos constitucionais.

👉 Nesses casos, o juiz pode relaxar a prisão e determinar a soltura imediata.


b) Ausência de Requisitos para Prisão Preventiva

Se o Ministério Público não requerer a preventiva, ou se não estiverem presentes os requisitos do art. 312 do CPP (garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou assegurar aplicação da lei penal), o juiz pode:

  • Conceder liberdade provisória simples, ou

  • Aplicar medidas cautelares diversas da prisão (art. 319 do CPP).


c) Réu Primário, Bom Histórico e Residência Fixa

Se o preso não oferece risco à sociedade, possui endereço certo, trabalho fixo e é réu primário, é muito comum o juiz optar por medidas menos gravosas.

Exemplo prático:
João foi preso por furto simples (sem violência). Na audiência de custódia, ficou comprovado que:

  • Ele é réu primário;

  • Possui residência fixa;

  • Está empregado formalmente.
    O juiz então optou por conceder liberdade provisória com a condição de comparecimento mensal em juízo e proibição de se aproximar do local dos fatos.


4. Quando a Prisão Preventiva é Decretada?

A prisão é mantida em poucos casos — quando há indícios concretos de que:

  • O preso voltará a cometer crimes;

  • Pode destruir provas ou intimidar testemunhas;

  • Foge do distrito da culpa;

  • A pena em potencial ultrapassa 4 anos (em alguns casos).

O juiz deve justificar de forma detalhada e individualizada os motivos da prisão, sob pena de nulidade.


5. A Importância do Habeas Corpus em Brasília DF

Se a prisão for ilegal, abusiva ou mal fundamentada, o habeas corpus é o remédio constitucional mais eficaz para garantir a liberdade.

📌 Em Brasília, os Tribunais Superiores (STF e STJ) frequentemente analisam habeas corpus que envolvem:

  • Ausência de audiência de custódia em 24 horas;

  • Falta de fundamentação na prisão preventiva;

  • Uso desproporcional de prisão em crimes de menor gravidade.

✅ O advogado criminalista pode impetrar habeas corpus diretamente no plantão judicial, mesmo aos finais de semana e feriados, buscando a liberdade imediata do cliente.


6. O Papel do Advogado Criminalista em Brasília DF

Durante a audiência de custódia, o advogado atua para:

  • Assegurar o respeito aos direitos do preso;

  • Questionar a legalidade da prisão;

  • Evitar que a prisão preventiva seja usada como punição antecipada;

  • Propor medidas alternativas menos gravosas;

  • Recolher elementos favoráveis ao cliente para decisões futuras.

Além disso, é o profissional responsável por avaliar a necessidade de habeas corpus e, se for o caso, agir imediatamente.


✅ Conclusão

A audiência de custódia é uma poderosa ferramenta de controle da legalidade da prisão e de defesa da liberdade. Com o apoio de um advogado criminalista em Brasília DF, o preso pode ter sua situação analisada de forma técnica e justa, aumentando consideravelmente as chances de soltura imediata ou aplicação de medidas alternativas à prisão.

Em caso de abuso ou prisão arbitrária, o habeas corpus segue como a via mais rápida e eficiente para restaurar a liberdade.


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